E.E. ANTONIO FONTANA
CONGRATULAÇÕES...
A Equipe da E.E. Antonio Fontana parabeniza a aluna Viviane Izaias da Silva do 7º Ano A pela produção, GÊNERO MEMÓRIAS, TÍTULO: DOCES LEMBRANÇAS, QUE FOI ESCOLHIDA EM ÂMBITO MUNICIPAL PARA NOS REPRESENTAR NA PRÓXIMA FASE DA OLIMPÍADA DE LÍNGUA PORTUGUESA - ESCREVENDO O FUTURO. NOSSOS PARABÉNS TAMBÉM SE ESTENDEM AO TRABALHO REALIZADO PELA PROFESSORA MARLENE GUIOTTI E AOS PROFESSORES QUE COLABORAM COM A APRENDIZAGEM DE NOSSOS ALUNOS.
PROFESSORA MARLENE E A ALUNA VIVIANE
CONFIRA O TEXTO NA INTEGRA...
PROFESSORA RESPONSÁVEL:
MARLENE M. GUIOTTI
MEMÓRIAS: DOCES
LEMBRANÇAS – VIVIANE IZAIAS DA SILVA
Passei minha infância e parte da
minha adolescência na roça, eu e minha família morávamos em um sítio, na Água
do Mosquito, era muito gostoso, pois os sítios eram todos pequenos e ficavam
próximos, por isso tinha muita gente, o lugar era parecido com uma vila
movimentada.
Papai sempre foi um homem da música,
da festa, da dança e junto com os homens do bairro, em muitos carnavais
vestiam-se com roupas de suas esposas e com alguma maquiagem, a base de batom.
Saiam fantasiados cantando marchinhas, cheios de contagiante alegria, apesar do
trabalho árduo do dia-a-dia.
Minha infância foi repleta de
brincadeiras e muitas estrepolias, junto de minhas irmãs inventávamos
brincadeiras que deixavam mamãe aflita. Nadávamos em açude, subíamos nas
árvores que tinham no quintal de casa ou nas matas para pegarmos frutas no pé,
frutas que aliás hoje, são caríssimas no mercado, no sítio tínhamos em
abundância, como: lima da pérsia, figo da índia, abacates, mexericas e
tangerinas amarelinhas.
Mas a brincadeira que nos divertia muito era
casinha, em que eu e as minhas irmãs roubávamos ovos das galinhas que nossa mãe
criávamos e fazíamos de "comidinha", oferecendo às visitas que "iam
em casa". Pegávamos os ovos e
jogávamos a clara fora e a gema era misturada com o açúcar que também pegávamos
escondido de mamãe e servíamos junto com suculentos juás vermelhos e deliciosas
marias pretas e doces de milho de grilo.
Perto de casa, a "venda do tio
Francisco" fazia a alegria dos moradores, do bairro que, além de comprarem
o que precisavam para o dia-a-dia, também servia de ponto de encontro, já que
na capelinha do sítio, tinha rezas para a Santa Cruz, festas juninas e aos
domingos jogos de futebol no campo em frente a venda.
Quando havia torneios de futebol, as
pessoas reuniam-se em volta do campo, as sombras das árvores eram disputadas,
pois era o evento esperado, já que, Maracaí, a cidade mais próxima, ficava
distante uns 8 Km, o que para mim era muito longe.
Minha família morava distante, a uns duzentos
metros da venda e a cem metros da porteira que dividia os sítios e todos eram
cortados por uma estradinha que saia da Rodovia Raposo Tavares, passava pela
venda e seguia em frente.
A nossa maior alegria na época era um
caminhãozinho verde,na verdade um furgãozinho escrito "AIRILAN", que
vinha trazer doces na venda. Ele cruzava todos os sítios antes de chegar lá.
Por um acaso um dia, eu e as minhas
irmãs abrimos a porteira para o furgãozinho passar e ganhamos um punhado de
balas. E desde então, o ajudante do motorista nunca mais desceu para abrir porteiras.
Com sol ou chuva, a gente ficava esperando
toda vez o furgãozinho passar, pois sabíamos mais ou menos o dia em que ele
viria. A gente adorava quando ele vinha à tarde porque, aí cada uma das minhas
irmãs ficava em uma porteira para receber as balas, suspiros e maria-mole. Não
gostávamos muito quando ele vinha cedo, porque estávamos na escola, que ficava
ao lado da venda e a turma toda saia correndo para ganhar balas, que eram
atiradas pela janela do furgãozinho em movimento.
Lembro-me que certa vez, numa das tardes em
que recebemos as balas nas mãos, oferecemos aos moços um punhado de pimentas
malaguetas e recebemos em troca o dobro de doces. Pela primeira vez, comemos
pão de mel, que na época chamávamos de bolachões. Daquele dia em diante quando
era época de pimenta a gente "presenteava-os" com generosos punhados
e eles retribuíam com muitas balas e doces. Isso durou um determinado tempo
adoçando nossa infância, depois eles pararam de vir.
Recentemente descobri que a
"AIRILAN" foi vendida para outra empresa da Região. Mas enfim, a
"AIRILAN" fez a minha infância e a do bairro ficar mais doce.