quarta-feira, 16 de maio de 2012

PARA FICAR COM VONTADE DE LER...

Resenha

Em A fúria dos Reis, o segundo livro da aclamada série 'As crônicas de gelo e fogo', George R. R. Martins segue a épica aventura nos Sete Reinos, onde muitos perigos e disputas ainda estão por vir. Além dos combates que se estendem por todos os lados, a ameaça agora também chega pelo céu, quando um cometa vermelho como sangue cruza o céu ameaçadoramente. Uma terra onde irmão luta contra irmão e a morte caminha na noite fria, nada é o que parece ser, e inocência é uma palavra que não existe. Quando os reis estão em guerra, a terra toda treme!


Trecho de A Fúria dos Reis, de George R. R. Martin


Prólogo
- Deveríamos regressar - insistiu Gared quando os bosques começaram a escurecer ao redor do grupo. - Os selvagens estão mortos.
- Os mortos o assustam? - perguntou Sor Waymar Royce com não mais do que uma sugestão de sorriso no rosto.
Gared não mordeu a isca. Era um homem velho, com mais de cinquenta anos, e vira os nobres chegar e partir.
- Um morto é um morto - respondeu. - Nada temos a tratar com os mortos.
- Mas estão mortos? - perguntou Royce com suavidade. - Que prova temos disto?
- Will os viu - disse Gared. - Se ele diz que estão mortos, é prova suficiente para mim,
Will já sabia que o arrastariam para a disputa mais cedo ou mais tarde. Desejou que tivesse sido mais tarde.
- Minha mãe disse-me que os mortos não cantam - contou Will.
- Minha ama de leite disse a mesma coisa, Will - respondeu Royce. - Nunca acredite em nada do que ouvir junto à mama de uma mulher. Há coisas a aprender mesmo com os mortos - sua voz gerou ecos, alta demais na penumbra da floresta.
- Temos perante nós uma longa cavalgada - salientou Gared. - Oito dias, talvez nove. E a noite está para cair.
Sor Waymar Royce olhou o céu de relance, com desinteresse.
- Isso acontece todos os dias por esta hora. Você perde a virilidade com o escuro, Gared?
Will via o aperto em torno da boca de Gared, a ira só a custo reprimida nos olhos que espreitavam sob o espesso capuz negro de seu manto. Ele passara quarenta anos na Patrulha da Noite, em homem e em rapaz, e não estava acostumado a ser desvalorizado. Mas era muito mais do que isso. Will conseguia detectar no homem mais velho algo mais sob orgulho ferido. Era possível sentir-lhe o gosto: uma tensão nervosa que se aproximava perigosamente do medo.

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